just poetry

..... escrito em Paris, dez. de 2004 ....


Escrevo de joelhos e nao ha papel nao ha caneta escrevo digitando teclas e observo na tela as palavras que componho letra a letra e fosse papel e tinta e fosse tela e oleo fosse madeira e canivete ou faca talho cunha fosse ferro em brasa fosse espelho e diamante minhas maos nao tocam mas eu transformo a materia imprimo na linguagem a ideia faço a forma imperfeita faço a metamorfose formosa seja verso seja prosa meto a mao meto o pe e o pau como sem contato meto a fala e faço a faca sem lamina meto o palo seco eu escrevo de joelhos ou sentado na cadeira escrevo em pe e danço e salto e urro so para dizer que sou humano e estou vivo sobre esse planeta de teto azul sobre essa esfera imensa cheia de temperaturas escrevo para dizer que hoje eu vi a neve ela caiu floco a floco confetes claros num carnaval silente e branco escrevo para dizer que caminhei sobre o gelo cruzei pontes sobre o Sena e vi a musa de um poema antigo vi o poema vivo o sonho perdido reencontrado em carne pele e sorriso e meu coraçao ligeiro tocou mesmo sem soar tocou um dois tocou um compasso binario meu coraçao ligeiro coraçao samba cançao, samba enredo de estar vivo

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